Outubro rosa, mês que se ilumina com a feminilidade. Monumentos, pontes, teatros, empresas que tingem sua iluminação em rosa e sensibilizam/ lembram da prevenção e conscientização do Câncer de Mama. Ações bacanas e alegres surgem novas todos os anos no mês de Outubro, como desfiles e corridas, para mover, fazer recordar que é hora de se cuidar mais! De se ver com mais atenção e de ter mais saúde.

Laço oficial/Outubro Rosa
O diagnóstico precoce é realmente a parte mais valiosa dessa luta, que hoje em dia é lembrada no mundo todo, motivando e unindo diversos povos em torno de uma causa tão nobre!
O laço rosa se tornou muito mais que nosso acessório delicado dos looks, dos cabelos. Ele agora é a leitura visual de um mês superespecial que cuida e zela pelas mulheres! Todo esse movimento começou nos Estados Unidos com ações isoladas e com o tempo, ganhou a aprovação do Congresso Americano, tornando Outubro o mês nacional da prevenção e conscientização do Câncer de Mama.
Parece mesmo incrível que este cuidado tenha tomado essa proporção toda! Um orgulho nos preocuparmos consigo e com o outro, movermos médicos e pesquisas que abordam e debruçam sobre causas difíceis como esta. Ser mulher é rico, encantador! E mesmo em situações como o Câncer de Mama, nos admiramos com a força da mulher, principalmente sua força emocional. Sua garra em lidar com essa fase incerta, sua maneira de se reinventar quanto a sua vaidade, driblar o espelho e também os seus medos.
Quem nunca viveu uma dúvida sobre esse enigma e correu ao ginecologista assustada com a possibilidade de precisar passar por uma cirurgia, um tratamento invasivo? Infelizmente já vivi isso também, como muitas. Mas, felizmente, com notícias positivas, sem muita preocupação.

Congresso Nacional adere Outubro Rosa
Recentemente, vi o documentário Embrace (aqui no blog falo dele um pouco, mas assistam! É um dos materiais mais lindos que já vi!) e lá mulheres com histórias de remoção de mama, dores como esta e outras tão amargas quanto, enchem-nos de vida e esperança ao dividir sua trajetória e final feliz. Elas contam e trazem nos olhos um tanto dessa dor – descobertas tristes, lutas que as desafiaram – e trazem também brilho de vitória com muita satisfação, muito orgulho da guerreira que foram, e são. De saber que ainda que tivessem apoio da família, dos médicos, da sociedade e da condição de se tratar, a luta, de fato, era absolutamente solitária. Esta, que poderia ser a parte mais frustrante, acaba por ser a mais empoderadora. A mais linda. A maior de todas!
Deixo aqui minha profunda admiração por elas, que vi no documentário, pelas que conheci pessoalmente em minha vida até aqui, e pelas que não conheço. Vocês todas, nós.
Somos seres de luz que certamente fomos feitas de “materiais” muito importantes, muito especiais e preciosos. Pensando nisso, deixo como carinho e presente, um poema de Machado de Assis, para massagear nosso ego e coração.
Menina e Moça
Está naquela idade inquieta e duvidosa,
Que não é dia claro e é já o alvorecer;
Entreaberto botão, entrefechada rosa,
Um pouco de menina e um pouco de mulher.
Às vezes recatada, outras estouvadinha,
Casa no mesmo gesto a loucura e o pudor;
Tem coisas de criança e modos de mocinha,
Estuda o catecismo e lê versos de amor.
Outras vezes valsando, e* seio lhe palpita,
De cansaço talvez, talvez de comoção.
Quando a boca vermelha os lábios abre e agita,
Não sei se pede um beijo ou faz uma oração.
Outras vezes beijando a boneca enfeitada,
Olha furtivamente o primo que sorri;
E se corre parece, à brisa enamorada,
Abrir asas de um anjo e tranças de uma huri.
Quando a sala atravessa, é raro que não lance
Os olhos para o espelho; e raro que ao deitar
Não leia, um quarto de hora, as folhas de um romance
Em que a dama conjugue o eterno verbo amar.
Tem na alcova em que dorme, e descansa de dia,
A cama da boneca ao pé do toucador;
Quando sonha, repete, em santa companhia,
Os livros do colégio e o nome de um doutor.
Alegra-se em ouvindo os compassos da orquestra;
E quando entra num baile, é já dama do tom;
Compensa-lhe a modista os enfados da mestra;
Tem respeito a Geslin, mas adora a Dazon.
Dos cuidados da vida o mais tristonho e acerbo
Para ela é o estudo, excetuando talvez
A lição de sintaxe em que combina o verbo
To love, mas sorrindo ao professor de inglês.
Quantas vezes, porém, fitando o olhar no espaço,
Parece acompanhar uma etérea visão;
Quantas cruzando ao seio o delicado braço
Comprime as pulsações do inquieto coração!
Ah! se nesse momento alucinado, fores
Cair-lhes aos pés, confiar-lhe uma esperança vã,
Hás de vê-la zombar dos teus tristes amores,
Rir da tua aventura e contá-la à mamã.
É que esta criatura, adorável, divina,
Nem se pode explicar, nem se pode entender:
Procura-se a mulher e encontra-se a menina,
Quer-se ver a menina e encontra-se a mulher!
(Falenas, Machado de Assis)

No site outubrorosa.org.br tem mais informações sobre a causa, sobre autoexame e eventos que ocorrem mundialmente sobre essa onda rosa!
Boa noite a todas!
Sejam felizes! Cuidem-se! Principalmente, de dentro para fora.
